segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

A Reconstrução do Pós-Guerra


A RECONSTRUÇÃO DO PÓS-GUERRA


Fim da 2ª Guerra Mundial = Nova ordem política Mundial

Fim das ditaduras fascista e nazista

A definição de áreas de influência

Quando o mundo emergiu da Segunda Guerra Mundial, já era clara a alteração de forças nas relações internacionais. Duas superpotências se agigantavam, a URSS, escudada na força do exército Vermelho e os EUA, indiscutível primeira potência mundial.
















As duas superpotências que surgem no pós-guerra, vão procurar espalhar as suas influências: procura de aliados, alianças militares e económicas.

EUA

Capitalista – regimes parlamentares – democracias funcionais

Fizeram pactos de caractér geoestratégicos como a NATO e o Plano Marshall (países da Europa Ocidental)

URSS

Ideais de marxismo – leninismo – democracias populares.

Em resposta à criação dos pactos de ajudas dos EUA, a URSS criou também o Pacto de Varsóvia e o Comecon (Países de Leste).

As conferências de paz

Os Aliados começam a delinear estratégias para o período de paz que se avizinha.

Em Fevereiro de 1945, Roosevelt, Estaline e Churchill reúnem-se nas termas de Ialta, com o objetivo de estabelecerem as regras que devem sustentar a nova ordem internacional do pós-guerra.
Lá acordaram-se algumas questões importantes, tais como:

As fronteiras da Polónia; o desmembramento da Alemanha em 4 áreas de ocupação geridas pela URSS, Reino Unido, EUA e França; a criação de uma Organização Mundial (projeto da ONU); indemnização que a Alemanha terá que pagar às nações Aliadas pelas perdas que lhes causou.
Algum tempo mais tarde, reúnem-se novamente em Potsdam, a fim de consolidar os alicerces da paz. A Conferência de Potsdam decorreu num clima bem mais tenso que a de Ialta. A Conferência no entanto, encerra-se limitando a ratificar os aspetos já acordados em Ialta.

Esboça-se um novo quadro geopolítico

A URSS detinha uma clara vantagem estratégica no Leste Europeu. Embora os acordos de Ialta previssem o respeito pela vontade dos povos, na prática tornava-se impossível contrariar a hegemonia soviética, que não tardou a impor-se: entre 1946 e 1948, todos os países libertados pelo Exército Vermelho resvalaram para o socialismo.

Este rápido processo de sovietização foi, de imediato, contestado pelos ocidentais. Logo em março de 1946, Churchill denuncia publicamente, num discurso, a criação, por parte da URSS, de uma área de influência impenetrável, isolada do Ocidente por uma cortina de ferro.

Menos de um ano passado sobre o fim da Segunda Guerra Mundial, o alargamento da influência soviética desencadeava um novo medir de forças.



A Organização das Nações Unidas

A ideia de uma organização internacional que velasse pela paz e pela segurança resistiu ao fracasso da Sociedade das Nações. No mesmo espírito universalista que animara o presidente Wilson no fim da Grande Guerra, Franklin Roosevelt pugnou, nas cimeiras da Grande Aliança, pela criação de um novo organismo mais consistente.


1945 – Criação da ONU – Organização das Nações Unidas

- Manter a paz e segurança internacional
- Desenvolver relações de amizade entre os países do Mundo
- Desenvolver a cooperação internacional
- Funcionar como centro harmonizador

As novas regras da economia internacional – O ideal de cooperação económica

O planeamento do pós-guerra não se processou apenas a nível político. Um grupo de conceituados economistas, em 1944, reuniram-se em Bretton Woods com o fim de prever e estruturar a situação monetária e financeira do período de paz.

Os Estados Unidos preparam-se então, para liderar uma nova ordem económica, baseada na cooperação internacional.

Tornava-se premente regularizar o comércio mundial, e como estrutura de fundo, procedeu-se à criação de um novo sistema monetário internacional que garantisse a estabilidade das moedas indispensáveis ao incremento das trocas. O sistema assentou no dólar como moeda-chave.


O dólar tornou-se, pois, ‘’tão bom como o ouro’’ (as good as gold).
Na mesma conferência, e com o objetivo de operacionalizar o sistema, criaram-se dois importantes organismos:

·         o Fundo Monetário Internacional – FMI – ao qual recorriam os bancos centrais dos países com dificuldades em manter a paridade fixa da moeda ou equilibrar a sua balança de pagamentos;
·         o Banco Internacional para a Reconstrução e o Desenvolvimento – BIRD – também conhecido como Banco Mundial, destinado a financiar projetos de fomento económico a longo prazo.

Em 1947 se assinou um Acordo Geral de Tarifas e Comércio – GATT – e, que 23 países signatários se comprometeram a redução dos direitos alfandegários e outras restrições comerciais.

Este alargamento económico, frutificou na Europa dando origem ao BENELUX (assinado em 1947, previa a abolição das tarifas alfandegárias entre os 3 países), união aduaneira entre e Bélgica, Países Baixos e Luxemburgo, que mais tarde, viria a constituir-se como embrião da Comunidade Económica Europeia.

A primeira vaga de descolonizações

A guerra, que exigiu também pesados sacrifícios às colónias, ‘’acordou’’ os povos para a injustiça da dominação estrangeira. A luta contra as forças do Eixo foi sentida por todos como uma luta pela liberdade que, doravante, deveria estender-se ao Globo.

Os países coloniais viram-se importentes para suster a vaga independentista quem terminado, o conlfito, assolou a Ásia e a África.

Aos efeitos demolidores da guerra juntaram-se as pressões exercidas pelas 2 superpotências, que apoiam os esforços de libertação dos povos colonizados. Os Estados Unidos, em lembrança do seu próprio passado e em defesa dos seus interesses económicos, sempre se mostraram adversos à manutenção do sistema colonial.

A URSS atua em nome da ideologia marxista – que prevê a revolta dos oprimidos pelos interesses económicos capitalistas – e não desperdiça a possibilidade de estender, nos países recém-formados, o modelo soviético.

A descolonização asiática

O processo de descolonização pós-Segunda Guerra M. inicia-se no continente asiático.
No Médio Oriente, concluindo um processo já em curso, tornam-se independentes a Síria, o Líbano, a Jordânia e a Palestina, onde, em 1948, nasce, num clima de guerra, o Estado de Israel.

Na Índia, a vontade de independência era já antiga. Durante a 2GM, o Partido do Congresso, liderado por Gandhi, obtivera de Churchill a promessa de retirada inglesa. No entanto, a pretexto do violento antagonismo entre as comunidades hindu e muçulmana, os Britânicos atrasam o processo, que só se concretiza em 1947, ficando a Índia inglesa dividida em dois Estados: a União Indiana, maioritariamente hindu, e o Paquistão, de maioria muçulmana.

1949 -  Holanda reconhece a independência da Indonésia

Mais longo e sangrento se revela o processo de descolonização da Indochina, onde a ocupação japonesa fomentara fortes sentimentos antifranceses. Inicialmente tomada como uma mera revolta contra o colonialismo francês, a Guerra da Indochina acaba por adquirir um cariz ideológico, sendi vista como uma tentativa de extensão do Comunismo na Ásia. Só em 1954, os Franceses, vencidos, se retiram reconhecendo o nascimento de 3 novas nações: o Vietname, o Laos e o Camboja.

O fim dos impérios europeus alterou o mapa das nações; as relações internacionais redimensionaram-se e, sobretudo, impôs-se o princípio da igualdade entre todos os povos do Mundo.

O tempo da Guerra Fria – a consolidação de um mundo bipolar

Guerra Fria: é um clima de tensão internacional que divide o mundo em 2 pólos. Desde o fim da 2ª Guerra Mundial até o fim dos anos 80.

Pólos  - URSS

           - EUA

Cada um dos blocos vai desenvolver estratégias com vista à captação de aliados que, em comum têm (salvo raras exceções) os mesmos princípios ideológicos.
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Em 1947, o processo de sovietização dos países de Leste era já irreversível. Para coordenar a sua atuação, criou-se nesse ano, o Kominform – Secretariado de Informação Comunista – que se tornou um importante organismo de controlo por parte da URSS.

Para os Ocidentais, a extensão da influência soviética na Europa era inaceitável.

Os Estados Unidos assumem, frontalmente, a liderança da oposição aos avanços do socialismo. Num discurso histórico, o presidente Truman expõe a sua visão de um mundo dividido em dois sistemas antagónicos: um, baseado na liberdade; o outro, na opressão. Aos americanos competiria, perante o enfraquecimento da Europa, lioderar o mundo livre e auxiliá-lo na contenção do comunismo – é a célebre doutrina Truman.

Para além de formalizar a divisão do mundo em duas forças opostas, a doutrina Truman deixava também clara a necessidade de ajudar a Europa a reerguer-se economicamente.

A devastação da guerra foi grande e as ajudas dos Estados Unidos apenas atenderam às necessidades mais urgentes. O clima de miséria do Velho Continente estava instável, em tudo, propício à difusão das ideias de igualdade e justiça social do marxismo.

É neste contexto que o secretário de Estado americano George Marshall anuncia, em junho de 1947, um gigantesco plano de ajuda económica à Europa. Conhecido como Plano Marshall, este auxílio foi acolhido com entusiasmo pela generalidade dos países europeus que, assim, viram reforçados os laços que os uniam aos EUA.

Depois de breves negociações. Moscovo classifica a ajuda americana de ‘’manobra imperialista’’ e impede os países sob a sua influência de a aceitarem.

Em janeiro de 1949, Moscovo responde também ao Plano Marshall, lançando o Plano Molotov, que estabelece as estruturas de cooperação económica Oriental. Foi no âmbito deste plano que se criou o COMECON (Conselho de Assistência Económica Mútua), instituição destinada a promover o desenvolvimento integrado dos países comunistas, sob a égide da União Soviética.

Deste modo, a divisão do mundo em dois blocos antagónicos consolidou-se, tal como se consolidou, também, a liderança das duas superpotências.

O primeiro conflito: a questão alemã

Este clima de desentendimento e confrontação refletiu-se de imediato na gestão conjunta do território alemão que, na sequência da Conferência de Potsdam, se encontrava dividido e ocupado pelas 4 potências vencedoras.

A Alemanha já não era vista como um inimigo vencido, mas como um aliado imprescindível à contenção do avanço soviético. As 3 nações ocidentais criaram então a República Federal Alemã (RFA).

A União Soviética protestou, mas perante ao que estava a ocorrer, acabou por desenvolvier uma atuação semelhante na sua própria zona, criou-se então a República Democrática Alemã (RDA).
Na capital – Berlim – encontravam-se estacionadas as forças militares das 3 potências ocidentais. Numa tentativa de forçar a retirada dessas forças, Estaline bloqueia aos 3 aliados todos os acessos terrestres à cidade.

Dá-se então, o Bloqueio de Berlim, que se prolongou de junho de 1948 a maio de 49, foi o primeiro medir de forças entre as duas superpotências. O mundo temeu um novo conflito armado.
Então, os até então aliados tornam-se rivais, pondo em risco a paz do Mundo. As décadas que se seguem caracterizam-se por fortes tensões e desconfiança: foi o tempo da Guerra Fria.

A Guerra Fria

Durante 1947-85 aproximadamente, os EUA e a URSS intimidaram-se mutuamente gerande um clima de hostilidade e insegurança que deixou o Mundo num permanente sobressalto. É este clima de tensão internacional que designamos por Guerra Fria. Foi uma autêntica ‘’guerra de nervos’’.

Mais do que ambições hegemónicas das 2 superpotências, eram duas conceções opostas de organização política, vida económica e estruturação social que se confrontavam: de um lado, o liberalismo, assente sobre o princípio da liberdade individual; do outro, o marxismo, que subordina o indivíduo ao interesse da coletividade.

O mundo capitalista


Após a doutrina Truman, os Estados Unidos emprenha-se na contenção do comunismo. O Plano Marshall foi o primeiro grande passo neste sentido
.
Em termos político-militares também não tardou a oficializar-se. A tensão provocada pelo Bloqueio de Berlim acelerou as negociações que conduziram, em 1949, ao Tratado do Atlântico Norte, firmado entre os Estados Unidos, o Canadá e 10 nações europeias. A operacionalização deste tratado deu origem à Organização do Tratado do Atlântico Norte – OTAN ou NATO.

A aliança apresenta-se, assim, como uma organização puramente defensiva, empenhada em resistir a um inimigo que, embora não se nomeie, está omnipresente: a União Soviética e tudo o que, para o mundo ocidental, ela representa.

Os Estados Unidos a partir de então, fez inúmeros pactos e alianças com o restante do mundo. Por volta de 1959, 3 quartas partes do Mundo alinhavam, de uma forma ou de outra, pelo bloco americano.

A política económica e social das democracias ocidentais

Para além do respeito pelas liberdades individuais, do sufrágio universal e do multipartidarismo, considerou-se que o regime democrático deveria assegurar o bem-estar dos cidadãos e a justiça social.
Embora de quadrantes muito diferentes, socialistas e democratas-cristãos saíram da guerra prestigiados. Ambos tinham lutado contra os regimes autoritários vencidos e se apresentavam como uma alternativa credível aos velhos partidos liberais, excessivamente conotados com o capitalismo desregrado e anáquico, tido como responsável pela recessão económica dos anos 30.

Adeptos da social-democrata, estes partidos conjugam a defesa do pluralismo democrático e dos princípios da livre-concorrência económica com o intervencionismo do Estado, cujo objetivo é o de regular a economia e promover o bem-estar dos cidadãos. Renunciando, muitas vezes, a toda a referência marxista, a social-democracia contenta-se em redistribuir a riqueza assim obtida pelos cidadãos, através do reforço da proteção social.

Noutros países, como a Itália ou a RFA dos anos 40-50, o receio das ideologias aparentadas com o socialismo deu a vitória eleitoral aos democratas-cristãos.

A democracia-cristã tem a sua origem na doutrina social da Igreja, que condena os excessos do liberalismo capitalista, atribuindo igualmente aos estados a missão de zelar pelo bem comum.
Consideram os democratas-cristãos que o plano temporal e o espiritual, embora distintos, não podem separar-se.

Propõem uma orientação profundamente humanista, alicerçada na liberdade, na justiça e na solidariedade.

A afirmação do Estado-Providência

Pode considerar-se o Reino Unido como o país pioneiro do Welfare State, isto é, o Estado do bem-estar, onde cada cidadão tem asseguradas as suas necessidades básicas, ‘’do berço ao túmulo’’.
Beveridge Elaborou em 1942, ou seja, durante a Segunda Guerra Mundial o Report on Social Insurance and Allied Services, conhecido como Plano Beveridge, visando libertar o Homem da necessidade.

Beveridge confiava que um sistema social alargado teria como efeito a eliminação dos ‘’5 grandes males sociais’’: carência, doença, miséria, ignorância e ociosidade.

Tais medidas, adotadas na Inglaterra, serviram de modelo à maioria dos países europeus.
Este sistema dissemina-se pela Europa, generalizando-se a toda a população passando a acautelar as situações de desemprego, acidente, velhice e doença; estebelecem-se prestações de ajuda familiar – abono familiar – e outros subsídios aos mais pobres. Também ampliam-se as responsabilidades do Estado no que concerne à habitação, ao ensino e à assistência médica.

Este conjunto de medidas visa um duplo objetivo: por um lado, reduz a miséria e o mal-estar social contribuindo para uma repartição mais equitativa da riqueza; por outro, assegura uma certa estabilidade à economia, já que evita descidas drásticas da procura como a que ocorreu durante a crise dos anos 30.

A prosperidade económica


O crescimento económico do pós-guerra estruturou-se em bases sólidas.
Escudado por esta novz filosofia de ação, o capitalismo, que na década de 30 parecera condenadod pela Grande Depressão, emergiu dos escombros da guerra e atingiu o seu auge. Entre 1945 e 73, a produção mundial mais do que triplicou e, em certos setores, como a produção energética e a automóvel, multiplicou-se por 10.

As economias cresceram de forma contínua, sem períodos de crise, registando apenas pequenos abrandamentos de ritmo.

Estes cerca de 30 anos de prosperidade material sem precedentes ficaram na História como os ‘’Trinta Gloriosos’’, expressão popularizada pelo economista francês Jean Fourastié

O mundo comunista



A expansão do mundo comunista fez-se, em grande parte, sob a égide da URSS.

Europa

Democracia popular: Designação atribuída aos regimes em que o Partido Comunsita, afirmando representar os interesses dos trabalhadores, se impõe como partido único, controlando as instituições do Estado, a economia, a sociedade e a cultura.

A primeira vaga de expansão do comunismo atingiu a Europa Oriental e, com exceção da Jugoslávia, fez-se sob pressão direta da URSS.

Os novos países socialistas receberam a designação de democracias populares. Por oposição às democracias liberais, as democracias populares defendem que a gestão do Estado pentence, em exclusivo, às classes trabalhadoras. Estas, que constituem a esmagadora amioria da população, ‘’exercem o poder’’ através do Partido Comunista.

O Estado desempenha um papel primordial em todas as esferas da vida da nação: define a vida política, as opções económicas, o enquadramento ideológico e cultural dos cidadãos. Em suma, a Europa de Leste reconstrói-se de acordo com a ideologia marxista e a interpretação que dela faz o regime soviético.

Em 1955, os laços entre as democracias populares foram reforçados com a constituição do Pacto de Varsóvia, aliança militar que previa a resposta conjunta a qualquer eventual agressão. O Pacto de Varsóvia constituiu uma organização diametralmente oposta à OTAN/NATO, simbolizando as 2 coligações o antagonismo militar que marcou a Guerra Fria. 




Bibliografia:

O tempo da história - 12º 
Apontamentos


Trabalho realizado por: 
Rafaela Souto 
12ºJ

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